quarta-feira, 18 de julho de 2012

TEXTO APRESENTADO POR PATRÍCIA NO SARAU DOS AMIGOS


A muito tempo que não a viam sorrir. Era pura tristeza. Tristonha. Estava pálida e batia-lhe algo no peito, que não o coração. Era dor, serena. Sugava-lhe e deflorava-lhe a cor. Deixava-lhe frágil ao toque da brisa.
Perguntavam-se qual era o seu mal, do que sofria, por quem sofria. E quando respondidos sobre sua dor, não compreendiam aquele sentimento. Claro! Era louca, não sã. Porque, como podia-se uma moça como aquela nadar em prantos por: solidão. Possuía inúmeros criados, diversos admiradores. O que não possuía, ó céus? Ao chegarem a esse questionamento, perdiam-se em reflexões. Era só, pois não tinha, claro!, amigos. Não jogava conversas foras, nem andava de bicicleta ao relento. Muito menos envaidava-se com as futilidades de todas as meninas. Não saía para lanchar. E, aos finais de semana, recolhia-se cedo, para deitar-se em prantos. Foi avaliada por médicos requisitados da cidade. Todos olhavam-na com dó. Entreolhavam-se em busca de algum remédio para salvar-lhe a estima. Não havia.
Certa tarde de outono, uma criada dirigiu-lhe uma palavra de conforto. “Estás bem, minha pobre senhora? Queres companhia?”. A menina, com prontidão, levantou-se e abraçou sua criada com esmero, cheia de amor. Perguntou-lhe de sua vida e massageoulhe os pés. Encheu a criada de perguntas e ria de todas as frases que dizia. Falou-lhe de seus desejos, de suas angústias, seus medos. Queria apenas estar com aquela singela criada. Queria apenas ouvi-la e partilhar suas descobertas.
Estava curada. Havia-se descoberto o santo remédio, que dara vida a jovem cortesã abatida: A...





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