segunda-feira, 15 de março de 2010

Coluna para Folha do Mate - 13 de fevereiro de 2010



É sábado de carnaval para alguns o começo de momentos de descontração e alegria, para outros momentos de descanso ou de lazer e ainda para alguns um dia como outro qualquer sem nada de diferente.

O carnaval é uma festa que se originou na Grécia em meados dos anos 600 a 520 a.C. Através dessa festa os gregos realizavam seus cultos em agradecimento aos deuses pela fertilidade do solo e pela produção. Posteriormente, os gregos e romanos inseriram bebidas e práticas sexuais na festa, tornando-a intolerável aos olhos da Igreja. Com o passar do tempo, o carnaval passou a ser uma comemoração adotada pela Igreja Católica, o que ocorreu de fato em 590 d.C. Até então, o carnaval era uma festa condenada pela Igreja por suas realizações em canto e dança que aos olhos cristãos eram atos pecaminosos. A partir da adoção do carnaval por parte da Igreja, a festa passou a ser comemorada através de cultos oficiais, o que bania os “atos pecaminosos”. Tal modificação foi fortemente espantosa aos olhos do povo, já que fugia das reais origens da festa, como o festejo pela alegria e pelas conquistas. Em 1545, durante o Concílio de Trento, o carnaval voltou a ser uma festa popular. Em aproximadamente 1723, o carnaval chegou ao Brasil sob influência europeia. Ocorria através de desfiles de pessoas fantasiadas e mascaradas. O entrudo chegou ao Brasil por volta do século XVII e foi influenciado pelas festas carnavalescas que aconteciam na Europa. Em países como Itália e França, o carnaval ocorria em formas de desfiles urbanos, onde os carnavalescos usavam máscaras e fantasias. Personagens como a colombina, o pierrô e o Rei Momo também foram incorporados ao carnaval brasileiro, embora sejam de origem européia.

No Brasil, no final do século XIX, começam a aparecer os primeiros blocos carnavalescos, cordões e os famosos "corsos". Estes últimos tornaram-se mais populares no começo dos séculos XX. As pessoas se fantasiavam, decoravam seus carros e, em grupos, desfilavam pelas ruas das cidades. Está ai a origem dos carros alegóricos, típicos das escolas de samba atuais.
No século XX, o carnaval foi crescendo e tornando-se cada vez mais uma festa popular. Esse crescimento ocorreu com a ajuda das marchinhas carnavalescas. As músicas deixavam o carnaval cada vez mais animado.

A primeira escola de samba surgiu no Rio de Janeiro e chamava-se Deixa Falar. Foi criado pelo sambista carioca chamado Ismael Silva. Anos mais tarde a Deixa Falar transformou-se na escola de samba Estácio de Sá. A partir dai o carnaval de rua começa a ganhar um novo formato. Começam a surgir novas escolas de samba no Rio de Janeiro e em São Paulo. Organizadas em Ligas de Escolas de Samba, começam os primeiros campeonatos para verificar qual escola de samba era mais bonita e animada.

O carnaval de rua manteve suas tradições originais na região Nordeste do Brasil. Em cidades como Recife e Olinda, as pessoas saem às ruas durante o carnaval no ritmo do frevo e do maracatu.
Os desfiles de bonecos gigantes, em Recife, são uma das principais atrações desta cidade durante o carnaval.
Na cidade de Salvador, existem os trios elétricos, embalados por músicas dançantes de cantores e grupos típicos da região. Na cidade destacam-se também os blocos negros como o Olodum e o Ileyaê, além dos blocos de rua e do Afoxé Filhos de Gandhi.

Apesar de o Brasil ter o maior Carnaval do mundo, a festa não é unanimidade entre a população nacional. É o que mostra uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) e pelo Instituto Sensus. Segundo os dados apresentados, somente 41,2% dos brasileiros gostam de carnaval, enquanto 57,4% não querem nem ouvir falar do assunto. Realizado entre os dias 4 e 6 e fevereiro, o levantamento ouviu 2 mil pessoas, em 195 municípios O professor de cultura popular da Universidade Estadual Paulista (UNESP) Alberto Ikeda considera que a superexposição do tema nos meios de comunicação dá a impressão de que o Brasil é o País do Carnaval. "Atribuo esse índice baixo à questão da moral. Como o carnaval expõe o nu, é combatido por grupos religiosos mais conservadores, que cresceram muito nos últimos 20 anos”.
Fonte: www.suapesquisa.com/carnaval;
www.catedralbaleia.com.br/17 de fevereiro de 2006.

A Biblioteca Pública Municipal deseja a todos um ótimo carnaval, seja desfilando, sambando, trabalhando, passeando, tomando banho de mar, viajando, descansando ou simplesmente lendo um bom livro.

Rosaria Garcia Costa-bibliotecária

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