domingo, 27 de fevereiro de 2011

Adeus a Moacyr Scliar...

Faleceu hoje o escritor Moacyr Scliar, patrono da última edição da Feira do Livro de Venâncio Aires.
Na foto, Sclyar e Rosária com parte dos livros do autor que fazem parte do acervo da Biblioteca Pública Municipal.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Livro "Cultura" no acervo da Biblioteca Pública.

Potira, Fabiano e Rosária com o livro Cultura: Apropriações e conjugações em diferentes modos e tempos.

Se você deseja ler esta obra, venha até a Biblioteca Pública Municipal, a biblioteca possui dois exemplares no acervo e estão disponíveis para leitores.

Se você deseja adquirir o seu, vá até a República do Café, Livraria Cometa ou Cadu Vídeos.

Coragem de optar pela Arte: Contação de História no Lançamento do Livro "Cultura"

Na noite do lançamento do livro teve sessão especial de contação de história com Rosária, a Bibliotecária.
CORAGEM DE OPTAR PELA ARTE de LAÉ DE SOUZA ADAPTADA POR ROSARIA COSTA EM 09/02/2011

Era uma vez uma família de brasileiros. Uma família como qualquer outra pai, mãe, filho e filha, uma família que poderia ser daqui, dali, do norte, do nordeste, do sul. Era uma família normal só o filho é que muitos não achavam tão normal. Me contaram que a responsabilidade maior foi do pai, que numa ocasião presenteou o menino com um berimbau. Outros acham que a culpa foi da mãe que, enjoada do din-din-din-don , trocou o instrumento por um violão. Embora, muitos acreditem que ele já tenha vindo de nascença com um parafuso a menos e que essas coisas não tenham influenciado em nada. O certo é que todos achavam que o Zé Brasileiro não tinha um pingo de juízo.
Os pais, coitados, fizeram de tudo para que ele se endireitasse, mas foi perda de tempo. Arrumaram uma vaga num escritório de contabilidade, mas qual nada. Na mala de boy, levava suas revistas de partituras e letras que cantarolava no ônibus e na fila do banco. No guichê, enquanto o caixa autenticava, ele tamborilava com uma caneta no vidro do balcão. O contador lhe apontava exemplos de quem entrou pequeno e agora era chefe de departamentos e ele, nem aí. Trabalhava um dia faltava dois, foi despedido por faltas.
Arrumaram-lhe então um emprego numa metalúrgica. Na prensa, com o pé livre batia duas vezes no chão e no do pedal batia uma, em ritmo de valsa. Enlouquecia os colegas das outras máquinas.Puseram-no para rebitar, e o chefe o dispensou por não agüentar mais o bater compassado e a quarta batida mais forte, sempre.
Daí pra frente só fez bicos. Na maioria das vezes era encontrado em casa, fechado no quarto com seu violão, repetindo várias vezes a mesma música e descobrindo as notas de um solo. Começou tocar nuns barzinhos e até recebia acanhados aplausos e alguns trocados. Quando perguntado pelo filho, seu Agildo, respondia que ele estava trabalhando. Mas quem ouvia o som do violão vindo do quarto, dava uma risadinha e dizia que o Zé Brasileiro não tinha jeito mesmo.
Seu Agildo também achava estrano o proceder do filho e decidiu investigar se era só ele quem tinha filho doido ou se tinha mais gente assim com essa doidera.
Descobriu que o filho do padeiro era mais estranho ainda, pegava pedaços de madeira e ficava horas e horas esculpindo. Já se viu, madeira é pra fazer casa, móveis e não pra fazer aquelas coisas que ele chamava de escultura. Às vezes até que fazia alguma coisa bonita, mas a família ignorava a beleza para não estimular a loucura.
O filho do açougueiro era metido com coisas de teatro e vivia pedindo roupas velhas para todo mundo. Perdia horas e horas em ensaios inúteis, fazendo cenários de papelão, perucas, narizes e, de vez em quando, junto com outros doidos dava um show lá na praça na frente da igreja. O filho de um seu Geraldo ficava horas e horas como que fora do mundo, pintando uns rabiscos que chamava de quadro, veja só tinta é pra pintar paredes e não pra fazer aquilo. O filho da professora era poeta e não fazia outra coisa senão rabiscar um caderno espiral de capa gasta e sonhava publicar um livro.
E assim, seu Agildo foi descobrindo que tinha essa gente diferente em todos os cantos da cidade e ele começou a duvidar se era mesmo loucura.
Ao descobrir que existiam tantos outros doidos ele quis saber que espécie de doença é essa que ataca a mente, fazendo pessoas abandonarem futuros planejados pelos pais, profissões consagradas, cargos lucrativos nos negócios da família e outras formas estáveis de viver por caminhos incertos.
Disseram pra ele que isto era Arte, e que quando juntamos o trabalho realizado por todos os doidos que tiveram coragem de optar pela Arte damos o nome de CULTURA. E ele sabia que a cultura estava presente em todos os povos do mundo, não só ali na comunidade dele.
Ele até com certa inveja, se perguntava de onde nasce essa força tão grande que faz com que alguns tenham coragem de optar pela arte, pelo fazer cultural?
Ele não conseguiu descobrir de onde nasce essa coragem, só descobriu que não são todos que nascem com ela, só alguns, mas descobriu também que em certos momentos esses corajosos se unem e mostram sua Arte.
Ele viu também que a maioria das pessoas gosta de algum tipo de arte, gosta de apreciar a arte, fica mais feliz após entrar participar de uma mostra cultural.
Ele chegou a conclusão que o que o seu filho, e muitos outros doidos, fazem é uma coisa boa, que ajuda a melhorar a vida das pessoas. E que sempre que uma expressão artística consegue mexer não só com os sentimentos, mas mexer com o pensamento de pelo menos uma pessoa e esta pessoa muda sua forma de pensar e vai em busca da sua loucura, da sua Arte para também fazer Cultura podemos afirmar: A Cultura não transforma o mundo, a Cultura transforma as pessoas e as pessoas é que transformam o mundo.

Lançamento do livro coletivo "Cultura"

Alguns dos autores do livro presentes na noite. Foto do site da Cia Afrocena.

'Cultura: Apropriações e conjugações em diferentes modos e tempos' livro escrito por 34 pessoas ligadas a cultura no municipio. A produção do projeto durou quatro meses e foi lançado oficialmente na noite de 13 de fevereiro de 2011.

Sérgio da Rosa, o organizador.

Algumas das autoras: Voni, Rosária, Diana e Potira.

A Biblioteca Pública é Amiga Afro-Cena

Foto: Site da Cia Afro-Cena

Na noite de 11 de fevereiro, foi feita a entrega do Troféu Afro-Cena 2011 para o agente cultural Adrio Schwngel, professor de música e regente da Orquestra Municipal.

Na foto acima, integrantes da Cia Afro-Cena com a Bibliotecária Rosária Costa e o leitor da biblioteca, Fabiano Queiroz, que recebeu o Certificado Amigo Afro-Cena em nome da Biblioteca Pública Municipal.

Branca de Neve visita a Biblioteca Pública...

A bela Stefany Tiepo, clicada por Diana Azeredo na Biblioteca Pública Municipal.

Coluna da Biblioteca - 29 de janeiro de 2011 - Jornal Folha do Mate

Estamos encerrando o primeiro mês de atuação da Presidente Dilma Roussef e do governador Tarso Genro. Nesta fase inicial eles estão formando as equipes de trabalho,analisando, avaliando, coletando dados, planejando e dando continuidades aos projetos em funcionamento.
Eu gostei muito com a escolha dos novos gestores para a área da cultura nas duas esferas. Ana de Hollanda para o Ministério da Cultura e Luiz Antonio de Assis Brasil pra a Secretaria de Estadual da Cultura. Duas pessoas escolhidas não por participações ativas político-partidárias, mas por participação ativa no fazer cultural.
O convite a Ana Buarque de Hollanda feito pela presidente aconteceu não em razão de uma grande inserção da cantora na mídia ou em razão de um sobrenome famoso, aconteceu por sua experiência em gestão cultural. Ela foi mais uma das mulheres convidadas pela presidente em razão da competência e experiência. Ana de Hollanda atuou como secretária de Cultura de Osasco-SP, atuou na gestão de instituições como Itaú Cultural, Funarte e Museu da Imagem e do Som.
A presença de Ana de Hollanda a frente do Ministério da Cultura me agradou muito, por saber que ela não atrairá os holofotes por onde passar por ser artista, mas por ser a Ministra da Cultura. Pelas entrevistas que pude conferir a ministra não é uma celebridade midiática, nem faz questão de ser, ela é uma gestora, uma pessoa com experiência e competência para concretizar o Sistema Nacional de Cultura, para dialogar com o Legislativo a respeito dos projetos que lá estão para serem votados como o Vale Cultura ( um vale de 50,00 reais semelhante ao vale alimentação para ser gasto em cinemas, teatros e compra de livros)e a PEC 150 que estabelece a destinação de no mínimo 1% do orçamento municipal, 1,5% do orçamento estadual e 2 % do orçamento federal para a cultura, além da reforma da Lei Rouanet e a Lei do Direito autoral.
Na equipe formada pela ministra para realizar todas estas tarefas está um gaúcho também com experiência em gestão de políticas culturais e bastante envolvido com a questão do livro, da leitura e das bibliotecas. Vitor Ortiz já atuou como secretário de Cultura de Viamão, de Porto Alegre, de São Leopoldo e também atuou na Funarte, esteve em Venâncio Aires no Primeiro Seminário Regional de Cultura. Creio que ele muito contribuirá para a nova gestão do Ministério da Cultura, pude ver nas primeiras entrevistas dele a sua preocupação com a criação do Instituto Nacional do Livro, das Praças do PAC e com a fortificação da articulação entre ministério, estados e municípios.
O elo de ligação do Rio Grande do Sul com o Ministério da Cultura será um artista das letras, também com grande experiência em gestão de políticas culturais, Luiz Antonio de Assis Brasil. Ele já atuava na gestão cultural antes mesmo da criação da Secretaria Estadual de Cultura, tendo sido o responsável pela criação do Instituto Estadual do Livro e do Instituo Estadual de Cinema nos meses em que esteve à frente da subsecretaria da Cultura junto a Secretaria de Educação. Podemos esperar muitas coisas boas para a cultura no estado, tomando por base o que Assis Brasil realizou em apenas alguns meses como subsecretário da cultura na Sec.
Uma aprova disso é a formação da sua equipe priorizando pessoas capacitadas e envolvidas com a área em que vai atuar, ao invés de indicações puramente políticas, o que também não é o seu caso já que não é filiado a nenhum partido político.
Apresento a seguir cópia da notícia veiculada no site http://www.cultura.rs.gov.br/ em 21/01/2011 18h18min: Assis Brasil conclama servidores da Cultura a realizarem a melhor gestão na história gaúcha. O secretário de Estado da Cultura, Luiz Antonio de Assis Brasil, conclamou os servidores da instituição para que ajudem o Estado, nos próximos quatro anos, a realizar a melhor administração cultural da história do Rio Grande do Sul. Destacou que a expectativa da comunidade cultural brasileira é muito grande para que os gaúchos façam algo transformador. “Os funcionários da Cultura vem de origens étnicas, sociais, econômicas, intelectuais e culturais diferentes. Ao invés desse perfil ser uma limitação, passa a ser uma fonte em que a Cultura possa se inspirar para atender as necessidades de prestar serviços ao cidadão, dando-lhe acesso aos bens culturais”, completou Assis Brasil.Sublinhou que todo o projeto que se encaminhe à Cultura deve seguir um percurso transversal, contemplando a aproximação com outras secretarias, como determina o plano do governo Tarso Genro. As limitações financeiras não devem gerar um sentimento de timidez nem modéstia. Pediu empenho e paciência para que esses limites sejam superados, num plano de recuperação previsto a ser executado até 2015. O diretor geral e secretário adjunto, Jéferson Assumção, acrescentou que a política cultural que começa a ser adotada agora está voltada a ações transversais, mas também propõe aquelas que olhem a cultura como direito do cidadão, de fruir os bens culturais, num sentido ético, sem descuidar da estética. Citou o Ministério da Cultura dos últimos oito anos como referência, até internacional, na administração do setor, desfazendo a idéia de que a cultura deva estar associada a entretenimento, como uma ostentação. É necessário vê-la, ressaltou Jéferson, como um direito da cidadania. Para Jéferson, o conceito de diversidade cultural, adotado pelo atual governo, não anula as identidades culturais que esculpem a face do gaúcho, devendo andar juntas. Anunciou que a Secretaria da Cultura deverá ampliar os diálogos com a comunidade cultural, já nas próximas semanas, visando à preparação da Conferência Estadual de Cultura, sob o tema Cultura Para o Rio Grande Crescer, que fornecerá caminhos para a elaboração de um plano estadual do setor. Compuseram a mesa da reunião, além de Assis Brasil e do diretor geral Jéferson Assumção, a diretora de Economia da Cultura, Denise Pereira, o diretor administrativo Jackson Raymundo, o diretor de Cidadania Cultural, Marcelo Azevedo, e a diretora do Departamento Artístico e Cultural, Ana Cristina Froner e o chefe de Gabinete, Roberto Schmitt-Prym.
Depois de todas estas boas novas do Ministério e da Secretaria Estadual da Cultura espero que em breve possa estar comentando sobre a criação do Sistema Municipal de Cultura, da criação do Plano Municipal do Livro e da Leitura e da concretização do Fundo Municipal de Cultura através da publicação de editais de Seleção de Projeto em Venâncio Aires.

Rosaria Garcia Costa - bibliotecária